A devoção ao Sacratíssimo Coração de Jesus e ao Puríssimo Coração de Maria são muito próximas na piedade dos fiéis e isto se reflete na Liturgia da Igreja, que fixa a memória do Imaculado Coração de Maria no sábado logo depois da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, que se dá na última sexta feira do mês Junho. Os devotos do Sagrado Coração de Jesus são sempre muito devotos do Imaculado Coração da Santíssima Virgem. Por sua vez, os devotos do Imaculado Coração de Maria são também muito devotos do Sagrado Coração de Jesus. Esta íntima ligação entre estas devoções existe porque toda verdadeira devoção ao Coração de Maria conduz ao Coração de Jesus, que no momento derradeiro da sua vida terrena nos confiou à sua Mãe. Dessa forma, Maria nos conduz a Cristo, e Cristo nos conduz a Maria.
Santa Margarida Maria Alacoque compreendeu tão bem a correspondência entre as devoções aos Corações de Jesus e de Maria que considerava as duas uma só. Por isso, ela tinha o hábito de rezar esta jaculatória: “Divino Coração de Jesus eu Vos adoro e Vos amo do modo como viveis no Coração de Maria e Vos peço que vivais e reineis em todos os corações”.
O Papa Pio XII nos exorta: “A fim de que a devoção ao Coração augustíssimo de Jesus produza frutos mais copiosos na família cristã e mesmo em toda a humanidade, procurem os féis unir a ela estreitamente a devoção ao Coração Imaculado da Mãe de Deus. Foi vontade de Deus que, na obra da redenção humana, a santíssima virgem Maria estivesse inseparavelmente unida a Jesus Cristo; tanto que a nossa salvação é fruto da caridade de Jesus Cristo e dos seus padecimentos, aos quais foram intimamente associados o amor e as dores de sua Mãe. Por isso, convém que o povo cristão, que de Jesus Cristo, por intermédio de Maria, recebeu a vida divina, depois de prestar ao Sagrado Coração o devido culto, renda também ao amantíssimo Coração de sua Mãe celestial os correspondentes obséquios de piedade, de amor, de agradecimento e de reparação. Em harmonia com esse sapientíssimo e suavíssimo desígnio da divina Providência, nós mesmo, por ato solene, dedicamos e consagramos a santa Igreja e o mundo inteiro ao Coração Imaculado da Santíssima Virgem Maria”.
Muitos outros paralelos entre as devoções ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria nos mostram esta íntima ligação entre ambas: a devoção das nove primeiras sextas-feiras e os cinco primeiros sábados; o espírito de oração e de reparação que anima as duas devoções; a consagração da humanidade ao Sagrado Coração de Jesus feita pelo Papa Leão XIII e o pedido de consagração da Rússia ao Imaculado Coração feito por Nossa Senhora em Fátima; a promessa do triunfo final de Nossa Senhora em Fátima: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará”, e a promessa repetida várias vezes pelo Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida: “Eu reinarei”. Este paralelo sobre o triunfo dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria torna-se completo no pensamento de São Luís Maria Grignion de Monrfort, que considera o Reino de Cristo como consequência do Reino da Virgem: “Para que venha o Vosso Reino, ó Jesus, venha o Reino de Maria!”.